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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Aprende a suportar

Querido,

Tenho notado uma certa frieza em seu olhar, em seus beijos, em seus abraços... Acredito que sei o motivo para tanta distância entre nós. Sinto muito pelo que aconteceu, eu também me sinto mal com tudo isso e por dias me senti culpada, afinal, era eu a responsável, eu quem o estava carregando. Não sei te explicar o que sinto em relação a tudo isso no momento, é triste dizer mas ainda me sinto uma adolescente. Afastei-me uns dias para pensar, ou até mesmo para te deixar pensar. Quando entrei na minha antiga casa, encontrei uma caixinha, com várias fotografias e não resisti ao chegar perto. Fotos que eu nem ao menos me recordava ter tirado um dia. Lembranças que me fizeram chorar cada vez mais e me fizeram escrever esta carta. Ao ver todas essas fotos percebi que eu ainda não cresci, tenho apenas 19 anos e não suportaria tanta responsabilidade. Sei que era seu sonho, sei que sonhávamos juntos, mas eu estava iludida com aquele mundo novo, com aquela realidade nova. Quantas vezes eu vestia minhas bonecas, trocava fraldas e dizia ser uma ótima mãe? Momentos que ficaram registrados nessas inúmeras fotos, mas foram momentos de brincadeira, sem muito o que fazer. Creio que deve estar pensando que fiz de propósito, talvez esteja colocando a culpa em mim, mas aprende a suportar algumas dores, 
porque elas farão de ti uma pessoa melhor. Não será buscando um culpado que conseguirás trazer o Gustavo de volta. Sei que nunca pode tê-lo nos braços, protegê-lo, mas talvez assim tenha sido melhor. Não foi fácil perder uma criança com 5 meses de gravidez, e nem tem sido fácil aceitar, mas estou tentando e me recuperarei. Dói-me mais o fato de não ter o seu apoio, mas respeito a sua dor e não mais te incomodarei. Agora só me resta a companhia do Teddy, afinal toda menina um dia teve o seu companheiro de pelúcia.

Um Abraço
Élen
quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Infantilidade


Um após o outro, os dias iam se passando. Nunca pensei que seria esquecida daquela maneira, afinal, sempre fui o centro de todas as atenções. Isso sempre me foi peculiar, fazer com que as pessoas sentissem a minha falta. Chegou a ser tão comum que havia me esquecido do fato de ter escrito uma carta antes de isolar-me. "Não preciso que me procurem, não preciso de companhia..." e mais um bando de palavras que pensava eu, não seriam tomadas como verdadeiras, essa não era a primeira vez que eu fazia isso. Só que dessa vez creio que fui longe demais. Depois de uma longa discussão dentro de casa, juntei minhas coisas e vim para cá, um lugar onde todos me achariam, aquela antiga casa que todos usavam para acampamentos de fim de semana. Aquele sempre era o meu refúgio, e pouco mais de três horas que ali ficava, aparecia alguém para implorar a minha volta. Mas dessa vez faziam cinco dias e ninguém aparecia, começava a preocupar-me. Alguém bateu na porta e um sorriso irradiou-me. Fui correndo abrir a porta sem preocupar-me em perguntar quem ali estava. Quando a abri, decepcionei-me. Ninguém estava ali de braços abertos para um longo abraço, nenhum par de olhos me fitava e derramava lágrimas ao me ver, apenas uma pequena caixa no chão estava aguardando ser aberta. Triste, abaixei-me e peguei a caixa para desvendar seu conteúdo. Fechei a porta com os pés enquanto procurava algo que me mostrasse o remetente daquela caixa. Sem nenhuma identificação fiquei receosa ao abrir, mas a curiosidade falou mais alto. Surpresa com o que vi? Não muito, o conteúdo já me era conhecido. Aquelas fotos traziam-me lembranças boas, ou talvez angustiantes, isso variava de uma para outra. Fiquei tão hipnotizada olhando aquelas pequenas lembranças, que só depois de algum tempo percebi que bem no fundo da caixa, havia uma carta.
" Fotos, aquelas capazes de trazer lembranças que pareciam não mais existir. Você deveria entender  que as coisas não funcionam sempre conforme você planejou ou quis algum dia. Sei que sente vontade de voltar, mas seu orgulho sempre foi mais forte. Meu anjo, chegou a hora de você cair na real e ver que o mundo não para por você, que nós também não. De todas as outras vezes que você fez isso, eu não estava por aqui, mas dessa vez eu estou e fiz questão de não procurá-la, eu sempre fui o único que se preocupou com você, mesmo sendo duro as vezes, e dói chegar por aqui e ouvir que você sumiu, ver a sua mãe desesperada querendo chamar a polícia. Confesso que ri na frente de sua mãe e ela não gostou muito, mas eu sabia exatamente onde você estava e o que queria com tudo isso. Mas dessa vez foi diferente, você ficará por ai até ficar doente e resolver voltar..." Já estou doente, falei comigo mesma. Então me deitei novamente e cobri o corpo doente com a coberta. Continuei ali deitada sem saber o que fazer, ele estava certo, e isso me incomodava, porque ele sempre tinha razão. Mas o que custava me mandar flores, ou então me abraçar? Não, ele precisava me dar uma grande lição de moral. Como sempre, levantei-me e comecei a arrumar minhas coisas para voltar pra casa, ele estava me esperando, eu sabia que aguentaria aquela cara de bravo, afinal, ele tinha razão, eu precisava ser mais forte.
domingo, 7 de agosto de 2011

Voltando


Olá pessoal, depois de algum tempo fora, eu voltei! E agora com tempo para poder escrever para todos vocês ! E como a nosso querido blog está sempre crescendo, nada como boas notícias, não é mesmo?
Pois então, o Projeto Créativité voltou a funcionar, e o Flor de Diamantes não perdeu essa grande novidade e já participou de 2 edições, com 2 textos postados antes aqui. Ai embaixo tem os selinhos que o blog ganhou e o link dos textos que foram publicados, para quem não se lembrar dar uma olhadinha! Fiquem atentos, logo mais começamos com nossa tempestade de ideias!
Um grande abraço,
Érica Arruda
 

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