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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Infantilidade


Um após o outro, os dias iam se passando. Nunca pensei que seria esquecida daquela maneira, afinal, sempre fui o centro de todas as atenções. Isso sempre me foi peculiar, fazer com que as pessoas sentissem a minha falta. Chegou a ser tão comum que havia me esquecido do fato de ter escrito uma carta antes de isolar-me. "Não preciso que me procurem, não preciso de companhia..." e mais um bando de palavras que pensava eu, não seriam tomadas como verdadeiras, essa não era a primeira vez que eu fazia isso. Só que dessa vez creio que fui longe demais. Depois de uma longa discussão dentro de casa, juntei minhas coisas e vim para cá, um lugar onde todos me achariam, aquela antiga casa que todos usavam para acampamentos de fim de semana. Aquele sempre era o meu refúgio, e pouco mais de três horas que ali ficava, aparecia alguém para implorar a minha volta. Mas dessa vez faziam cinco dias e ninguém aparecia, começava a preocupar-me. Alguém bateu na porta e um sorriso irradiou-me. Fui correndo abrir a porta sem preocupar-me em perguntar quem ali estava. Quando a abri, decepcionei-me. Ninguém estava ali de braços abertos para um longo abraço, nenhum par de olhos me fitava e derramava lágrimas ao me ver, apenas uma pequena caixa no chão estava aguardando ser aberta. Triste, abaixei-me e peguei a caixa para desvendar seu conteúdo. Fechei a porta com os pés enquanto procurava algo que me mostrasse o remetente daquela caixa. Sem nenhuma identificação fiquei receosa ao abrir, mas a curiosidade falou mais alto. Surpresa com o que vi? Não muito, o conteúdo já me era conhecido. Aquelas fotos traziam-me lembranças boas, ou talvez angustiantes, isso variava de uma para outra. Fiquei tão hipnotizada olhando aquelas pequenas lembranças, que só depois de algum tempo percebi que bem no fundo da caixa, havia uma carta.
" Fotos, aquelas capazes de trazer lembranças que pareciam não mais existir. Você deveria entender  que as coisas não funcionam sempre conforme você planejou ou quis algum dia. Sei que sente vontade de voltar, mas seu orgulho sempre foi mais forte. Meu anjo, chegou a hora de você cair na real e ver que o mundo não para por você, que nós também não. De todas as outras vezes que você fez isso, eu não estava por aqui, mas dessa vez eu estou e fiz questão de não procurá-la, eu sempre fui o único que se preocupou com você, mesmo sendo duro as vezes, e dói chegar por aqui e ouvir que você sumiu, ver a sua mãe desesperada querendo chamar a polícia. Confesso que ri na frente de sua mãe e ela não gostou muito, mas eu sabia exatamente onde você estava e o que queria com tudo isso. Mas dessa vez foi diferente, você ficará por ai até ficar doente e resolver voltar..." Já estou doente, falei comigo mesma. Então me deitei novamente e cobri o corpo doente com a coberta. Continuei ali deitada sem saber o que fazer, ele estava certo, e isso me incomodava, porque ele sempre tinha razão. Mas o que custava me mandar flores, ou então me abraçar? Não, ele precisava me dar uma grande lição de moral. Como sempre, levantei-me e comecei a arrumar minhas coisas para voltar pra casa, ele estava me esperando, eu sabia que aguentaria aquela cara de bravo, afinal, ele tinha razão, eu precisava ser mais forte.

3 comentários:

Luana Natália disse...

É tudo muito fofo aqui. Seguindo...

Érica Arruda disse...

Que bom que gostou (:

Girl Supimpa disse...

Oi =)

Só agora vi seu comentário lá no meu cantinho hehe ^^
Obrigada pela visita.
Estou te seguindo.

Beijos
http://girlsupimpa.blogspot.com/

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