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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Amigos

Queridos amigos,

Escrevo-lhes para contar uma triste história de vida, na verdade estou brincando pois sei que ficariam entediados com a minha longa e tortuosa história, afinal, já a conhecem de "cabo a rabo". Sem mais delongas, como vocês sabem, eu sou bem direta e não escondo nada de ninguém, morrerei em breve. Sim, tenho uma doença gravíssima e pouco tempo de vida. Sei que pensam que estou brincando, mas não. Digo-lhes a verdade e nada mais que a verdade, e fico imaginando como estará a face de vocês ao lerem esta carta, parece-me engraçado. Ok, a morte de uma pessoa não é nada engraçada, mas como devem lembrar, eu sempre ri até nas piores situações possíveis, como por exemplo quando fomos parar na delegacia por engano e comecei a rir da cara do policial que bateu a cabeça na porta da viatura! Sei que morrerei feliz, pelo menos espero isso, porque pode ocorrer de um de vocês se desesperar e se tacar na frente de um carro para morrer junto comigo! Sei que me amam muito, mas não há necessidade para tal ato, será bom passar uns tempos no céu longe de vocês, e quando subirem também, eu darei uma festa, isso é se Deus permitir, mas se ele não deixar, nós fugiremos, como sempre fazíamos quando nossas mães não nos deixava ir para as festas. Então pessoal, é o seguinte, não quero ver ninguém chorando no meu enterro, nem jogando flores no meu cachão, eu não gosto de flores, mas se puderem jogar um CD do Charlie Brown Jr ficaria grata. Por favor, nada de música de enterro, seria melhor se vocês cantassem "A árvore da montanha olê iaô", ficaria diferente e original, e se alguém reclamar, vocês podem dizer que fui eu quem mandou e se achar ruim voltarei para puxar não só o pé, mas o corpo inteiro para debaixo da cama cheia de baratas. E por falar em baratas, é melhor não me enterrar não, prefiro ser cremada, não suportaria ficar embaixo da terra com as baratas, me dá pavor, vocês bem devem lembrar do meu trauma com baratas, como por exemplo a noite que passei sentada com medo de alguma subir em mim. Como sei que vocês são preguiçosos e não gostam de ler, encerro minha carta por aqui. Queria poder dizer-lhes que estou brincando com vocês, mas infelizmente, esta carta só foi uma maneira que encontrei para disfarçar um pouco a dor que estou sentindo em despedir-me de todos vocês. Espero que fiquem bem sem mim, precisarão ficar...

 Com carinho
Érica Arruda

P.S.: Não escrevam nada em minha lápide(ou na caixinha das cinzas) permanecerei no anonimato, ser famoso da muito trabalho.


Texto totalmente fictício pessoal. Pauta para o Bloínquês 48ª edição cartas

2 comentários:

Tay disse...

Muito boa a carta, por um instante pensei que fosse verdade D:

bjus =*

Mia Sodré disse...

Eu amei seu texto. Confesso que fiquei um pouco triste por ele ser pequeno hahaha. A forma como você o redigiu está perfeita, dá vontade de ler muito mais. Bjo! (:

http://miasodre.blogspot.com/

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