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terça-feira, 31 de maio de 2011

Voltarei um dia...


E lá estava ela, dentro de seu carro parado no meio da estrada, ao som de músicas há muito esquecidas, fitando ao longe aquela velha cidade. A cidade a qual prometera nunca regressar. O que lhe causava medo, o que lhe trazia aquela angústia, era o fato de apenas 5 anos terem se passado desde que partira, e as pessoas que lá residiam, poderiam reconhece-la por ser uma cidade pequena do interior. "Pare de besteira, você não deve nada a ninguém"  Falava ela para si mesma enquanto religava o carro e seguia diante daquela estrada que logo mais sumiria e deixaria apenas um pequeno caminho de barro. Ao adentrar a cidade, ela se sentiu voltando ao tempo, pode lembrar de todos os momentos vividos durante sua perfeita infância. No entanto, muita coisa havia se modificado na estrutura da cidade. Novos comércios, casas mais ornamentadas, e muitas outras mudanças que passaram despercebidas diante dos olhos daquela bela jovem, quando pode avistar mais adiante, aquela velha casa, que abandonara aos 17 anos, intacta. "Vamos Clarice, siga adiante, é apenas uma casa, não se deixe levar por essas emoções, seu objetivo aqui é outro" Ela se concentrava no seu verdadeiro motivo para retornar "ao passado". Clarice sempre guardou lembranças muito ruins daquele lugar, isso se deu por conta dos seus últimos anos vividos ali. Sua mãe havia conhecido um rapaz que  nunca foi merecedor do sentimento despertado na mãe de Clarice. Marcelo, o nome do dito cujo, era alguns anos mais novo que a mãe de Clarice, e todos sempre tentaram avisá-la sobre o quão mal caráter ele era. Clarice, apesar de amar muito a sua mãe e desejar que ela fosse feliz, não evitou se apaixonar por Marcelo, que muito audacioso, não hesitou em rejeita-la. Mas o grande fato ocorreu quando Marcelo, depois de muito planejamento, conseguiu matar a mãe de Clarice deixando-a desamparada no mundo. E era esta história que Clarice tanto tentava esquecer, que a levou de volta aquela cidade...
                                                        Continua
Por: Érica Arruda


Queridos e amados leitores, espero que tenham gostado dessa postagem, em breve continuarei. Ela não terá muitas partes, podem ficar tranquilos que não abandonarei a história pela metade como fiz em outras ocasiões. Comentem! As suas opiniões são importantes para o crescimento do blog!


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Para quem nunca acompanhou

Olá, como vai?
Faz algum tempo que nos conhecemos e eu ainda não tive coragem para escrever-lhe. É difícil entender como uma pessoa que surge do nada deveria ter um peso enorme na minha vida. Confesso-lhe que ao principio recusei-me a acreditar em tal possibilidade, mas isso é normal, as pessoas ficam surpresas quando algo inesperado acontece. Fiquei noites e noites pensando na sua ausência e em todos os momentos que deveria ter sentido a sua falta, mesmo tendo apenas meras ilustrações em minha cabeça da sua fisionomia. Eu cresci, e durante esse tempo eu pude viver bem. Quando tinha 4 anos, contei para minha tia que eu tinha um namorado, ela riu um pouco e depois disse que eu não tinha idade para aquelas coisas... Imaginei qual seria a sua reação quanto a isso. Quando tinha 7 anos, grampeei meus dedos ao tentar arrumar um trabalho para a escola, eu chorei ao ver meu sangue escorrer, e você não estava ali para abraçar-me e dar um "beijinho" para sarar. Eu fui uma criança feliz e  nunca nada me faltou, na verdade, eu nunca senti a sua falta, eu apenas posso perceber hoje, os momentos em que eu poderia ter sentido mas não senti. Eu aprendi a andar, eu levei inúmeros tombos, eu aprendi a ler, aprendi a escrever, chorei fazendo birra, assisti desenho de manhã, comi "danone" tomei "nescau", brinquei com bonecas, aprendi a andar de bicicleta,ganhei um cachorrinho, brinquei de pique-esconde, aprendi a falar com Deus, aprendi a me expressar, fiz inúmeros desenhos, ganhei ursinhos de pelúcia, escrevi mil cartas, eu simplesmente cresci! E apenas uma palavra eu nunca pude dizer: Mamãe. Porque eu nunca te tive por perto e nunca me ensinaram a te amar. Não existiam motivos para essa palavra fazer parte do meu vocabulário. Espero que entenda meu medo Dona Ana, ainda não sei quais foram os seus motivos para deixar-me na casa dos meus tios e sumir por tanto tempo. Posso dizer que todos os dias tento vê-la como minha mãe e essa não é uma tarefa fácil! Mas um passo adiante nós já tomamos! Nós nos conhecemos! Espero que seja só questão de tempo para que eu posso abrir a minha boca e falar com gosto: EU TE AMO MÃE.
Um Abraço
  Lilian

44ª edição cartas - Infância Nostálgica Bloínquês
Muito obrigada projeto Bloínquês pela oportunidade.

Eu não desisti.


Eu lia cada palavra daquela carta, vagarosamente "Fiquei sabendo que está pensando em ir embora. Pensei nas longas conversas que um dia tivemos, e vi que se fores embora, deixarás para trás todos os sonhos que pensavas construir aqui. Não ouse desistir de tudo que você sonhou! Eu muito me admiro que você esteja sendo tão covarde, você que sempre me ensinou a ser forte até quando as forças pareçam acabar! Você que sempre me escreveu versos românticos, falando da sua luta para ser feliz! E como em um filme, você resolve fugir, como se tudo fosse dar certo ao recomeçar! Você está entrando no seu mundo fictício, mesmo sempre tendo me falado para não me iludir com todas essas coisas clichês, que não existem na maioria dos casos! Estou decepcionada com a sua atitude, hoje vejo que todo o seu ideal de vida era apenas mais uma de suas histórias" Eu ria ao ler cada palavra dela. Quantas vezes eu expliquei a minha maneira de viver a vida, quantas vezes eu tentei fazer com que ela acordasse! Mas como sempre, ela havia entendido errado. Eu apenas pude responder com outra carta, a qual o destinatário era merecedor de tais palavras "Você sempre fingiu entender tudo que um dia eu te ensinei, mas na verdade você fez tudo ao contrário, e decidiu levantar o dedo em minha direção para acusar-me do ato infame que seria desistir dos meus sonhos! Eu não desisti deles, eu apenas percebi que qualquer lugar para realiza-los será melhor do que perto de você. Isso é simples. Até breve. Um Abraço, Augusto." Precisei ser assim, é só quando apanhamos de alguém que percebemos os nosso erros... Ela com certeza perceberia os dela, mas ninguém me garantia que correria atrás para concerta-los. A minha parte eu havia feito, apenas devia seguir em frente.

Meu nome é Vida


Você me conhece desde que chegou a este mundo, e para falar a verdade, nunca paramos para conversar. Sempre que se sente injustiçado, recorre a qualquer outra solução, menos a mim. Já cansei de escutar-lhe reclamar com Deus sobre mim, e em certa parte eu sei que o erro foi meu. Já deveria ter me acostumado com isso, todos sempre reclamam da minha forma de lidar com o mundo. A grande realidade é que deveria existir um manual de instruções para seguir nesse mundo comigo. Assim como ninguém nunca lhe disse que seria fácil, ninguém lhe disse que seria difícil, ninguém lhe preparou para isso, você nem ao menos pode escolher seguir ou não com a minha companhia. Mas acontece que eu sou assim, imprevisível! Eu fui feita com essa função, ensinar-lhe indiretamente tudo que precisas aprender, antes que a minha amiga venha buscá-lo. Mas sinto-lhe informar que eu não trabalho sozinha, eu só tomo as decisões que cabem a mim, o que não é muita coisa. Eu faço com que nunca fique só, eu te trago novas alegrias, eu acompanho as pessoas que você ama, lhe dou opções de caminhos, lhe dou as lágrimas, lhe dou os sorrisos, eu gostaria muito de avisar-lhe antes de tudo acontecer, mas eu não posso.  Eu sou a Vida, e lhe acompanharei durante toda sua estadia neste mundo, até que um dia a Morte venha buscá-lo.
terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu te amo...

Eu te Amo...
e te amarei durante toda minha eternidade...
Te amarei nos seus gestos,
Te amarei no seu sorriso,
Te amarei na sua voz,
Te amarei no que você é!
Sim, eu te amarei em tudo...
No ar que respiramos,
num simples cântico dos pássaros,
no alvorecer, no crepúsculo,
na morte... 
Eu te amarei no sol que explode sua luz para iluminar a Terra.
Te amarei nas chuvas que caem... Na vida... No fim...
E Nem mesmo o céu ou o inferno podem tirar esse sentimento de mim.
Sim, eu quero te amar,
Te amar nas minhas horas de tristezas,
pois sua lembrança só me traz alegrias...
Te amar quando a alegria chegar,
pois amor e alegria é a própria felicidade
e sou feliz enquanto te amo...
Sim, mesmo que em minha vida não exista trevas,
Quero te amar.
Mesmo que o amor se torne algo extinto,
Quero te amar.
Mesmo que a luz do mundo se acabe,
Quero te amar.
E somente a vontade de Deus
seria capaz de me tirar todo esse amor
que alimenta minha própria existência...
Você mora dentro de mim..." 
Por Bruno Tizoko
domingo, 15 de maio de 2011

Além do horizonte


Acredito que seja meio improvável que possa ler esta carta. Prometi que lhe escreveria um dia, mas nunca lhe prometi que esta carta chegaria em suas mãos. Na verdade, coloquei esta carta, numa velha garrafa, com a simples intenção de que ela não chegue até você. Se estiver com esta carta em suas mãos, lendo-a, creio que foi uma mera rebeldia do destino, que nunca conspirou ao meu favor. Sim Bernardo, eu tenho medo de confessar-lhe que fugi, de dizer que fui embora pois não aguentava mais ficar ao seu lado, eu menti. Não parti em busca de uma vida melhor, em busca de mais conhecimentos, nada disso um dia fez parte dos meus planos, eu simplesmente fugi. Por ti um dia eu mudei! Deixei de ser aquela garota que não escondia de ninguém o que sentia, sufocando-me com minhas angustias para não preocupar-lhe, eu chorei. Só que eu não pude perceber que aquela mudança estava me matando aos poucos, me deixando dependente apenas de você, o que já era o suficiente para me causar medo ao pensar em te perder, fraquejei. E você se aproveitou disso, estabelecendo uma ligação cada vez mais forte e oportunista entre nós, me entreguei. Recusei-me, por um bom tempo, a acreditar que era devastadora a nossa relação. Mas acontecimentos recentes, não preciso cita-los, revelaram-me que estava na hora de mudar novamente, eu acordei! Entretanto, não tive coragem para enfrentar-lhe, estar cara a cara com você, porque sabia que converterias a situação, estando eu tão frágil como estava. Por isso disse-lhe que iria para Barcelona, hospedar-me na casa de uma velha tia, que ajudaria-me na tão sonhada estadia naquela cidade. A verdade é que não estou em Barcelona, a verdade é que ainda não me sinto segura para escrever-lhe, por isso desejo intensamente que esta garrafa se perca em meio ao mar. Digo-lhe, apesar de serem mínimas as chances de receberes esta carta, que estou bem, além do horizonte, em um lugar perfeito para esquecer-me desse amor, um lugar perfeito para começar uma nova vida. O lugar perfeito para escrever-lhe, usando o mar como meu único mensageiro. Até o dia em que essas lembranças não me machuquem mais, até o dia em que esse medo não me domine, escrever-lhe-ei.

Um abraço
                 Elisa
43ª edição cartas - Bloínquês
sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sexta feria 13


Caro Senhor azar, escrevo-lhe para informar que está dispensado do seu dia de trabalho. Eu sei que hoje seria um dia puxado para o senhor, por isso resolvi livrar-lhe da visita até mim. A sorte tem me feito visitas nos últimos dias e creio que não precisarei mais de seus serviços. Ela é uma profissional muito mais competente que o senhor, não hesito em esconder-lhe essa verdade. Acredito que recorrerá à minha decisão, afinal, trabalhas para mim a muito tempo e tem os seus direitos, e eu não me esqueci disso, garanto-lhe que será ressarcido quanto a isso, mas não posso continuar pagando o seu salário. Mas como hoje é sexta feira 13, creio que logo encontrará um novo emprego, hoje o dia é bom para isso. Se precisar de minhas recomendações, saiba que estarei disposta a ajudá-lo.

Desde já, agradeço sua compreensão.
Érica Arruda
Só pra descontrair um pouco, afinal, muita gente tem medo desses dias, eu hoje por exemplo, encontrei uma vela na minha cadeira no colégio, e depois fiquei um pouco receosa, mas nada que afetou a minha vida, afinal, essas coisas de sexta-feira 13 são apenas mitos.
domingo, 8 de maio de 2011

Porque o diferente que emociona muita gente


Ainda que um dia todos se odeiem, amarei.
Ainda que um dia tudo pareça impossível, sonharei.
Ainda que um dia, todos desejem a morte, viverei.
Ainda que um dia, não exista mais fé, acreditarei.
Ainda que as tropas inimigas sejam maioria, lutarei.
Ainda que tudo tenha se perdido no abismo, buscarei.
Ainda que o medo predomine, entregar-me-ei.
Ainda que não tenha nada, compartilharei.
Ainda que seja doloroso, sacrificar-me-ei.
Ainda que o tempo pareça não passar, esperarei.
Ainda que as lágrimas queiram escorrer, sorrirei.
Ainda que as angústias me sufoquem, respirarei.
Ainda que palavras não sejam necessárias, falarei.
Ainda que não tenha inspiração, escreverei.
Ainda que não tenha forças, persistirei.
Ainda que seja insignificante diante do mundo, vencerei.
Porque o fácil, o óbvio, o igual, todo mundo já conhece, e eu prefiro fazer a diferença.
quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um simples telefonema


Eu já estava atrasada para ir para o escritório, corria em direção à porta quando notei que havia esquecido o celular. Por alguns instantes hesitei em voltar, mas terminei por adentrar novamente a sala para procura-lo  quando o telefone fixo tocou. " Esse telefone só toca quando estou ocupada, me impressiono com isso..." Pensei  ao ouvir o toque do telefone. "Não atenderei!" E prossegui em minha busca por meu celular. Quando o encontrei, me dirigi ao meu carro, partindo em direção ao meu trabalho. A tarde não tardou em chegar, e logo eu voltei para casa. Estava curiosa para saber quem ligara pela manhã, então liguei a secretária eletrônica para saber se deixaram algum recado. " Você tem um recado novo" Saia o som do aparelho, então continuei a escutar, mas antes mesmo que pudesse continuar a ouvir qualquer palavra depois daquele oi, as lágrimas já escorriam espontâneas de meus olhos. Já haviam se passado dois anos desde que ouvira aquela voz, dois anos que não foram suficientes para esquecer aquela voz apaziguadora. Não sei qual o motivo para o surgimento das lágrimas, afinal, aquela voz me recordava tantos sentimentos, que nem ao menos sabia como postar-me diante daquela situação. " Ele voltou" Pensava enquanto criava coragem para continuar escutando o recado. "Afinal, o que ele quer?" Eu realmente não sabia se estava pronta para ouvir o que ele tinha a me dizer. Há dois anos, aquele que eu tanto amei, havia me deixado, deixou-me sem apoio, fragilizou-me, esqueceu-me. Porque eu deveria escuta-lo? E foi ai que percebi que eu queria sim escuta-lo, na verdade eu estava esperando esse momento há dois anos...Pressionei o botão do aparelho. " Como está você? Senti sua falta durante esse tempo, dois anos creio eu. Tantas coisas aconteceram nesse tempo longe de você, que me arrependo amargamente de um dia ter partido. Acredito que esteja com raiva de mim, não a culpo, pelo contrário, te dou toda a razão, as coisas repugnantes que lhe disse, não são dignas de perdão. Mas mesmo assim, precisava lhe procurar, para dizer, que tudo que fiz, foi com todas as intenções possíveis, o meu único objetivo era magoar-lhe, mas eu percebi que fui e sempre serei um tolo, por recusar-me a aceitar que também posso amar. Então, se puder falar comigo, saiba que serei o homem mais feliz do mundo. Um abraço" Quando terminei de escutar, não sabia o que pensar, o que fazer. Levantei-me e comecei a andar pela sala, tentando acreditar em tudo aquilo que havia escutado. Quando finalmente lembrei-me de um livro que li quando pequena, que dizia bem assim " Amar é também, saber perdoar..." Então percebi que sabia exatamente o que fazer, sentei-me no sofá e peguei o telefone, seria uma longa conversa, aquela que mudaria a minha vida.
 

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