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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um simples telefonema


Eu já estava atrasada para ir para o escritório, corria em direção à porta quando notei que havia esquecido o celular. Por alguns instantes hesitei em voltar, mas terminei por adentrar novamente a sala para procura-lo  quando o telefone fixo tocou. " Esse telefone só toca quando estou ocupada, me impressiono com isso..." Pensei  ao ouvir o toque do telefone. "Não atenderei!" E prossegui em minha busca por meu celular. Quando o encontrei, me dirigi ao meu carro, partindo em direção ao meu trabalho. A tarde não tardou em chegar, e logo eu voltei para casa. Estava curiosa para saber quem ligara pela manhã, então liguei a secretária eletrônica para saber se deixaram algum recado. " Você tem um recado novo" Saia o som do aparelho, então continuei a escutar, mas antes mesmo que pudesse continuar a ouvir qualquer palavra depois daquele oi, as lágrimas já escorriam espontâneas de meus olhos. Já haviam se passado dois anos desde que ouvira aquela voz, dois anos que não foram suficientes para esquecer aquela voz apaziguadora. Não sei qual o motivo para o surgimento das lágrimas, afinal, aquela voz me recordava tantos sentimentos, que nem ao menos sabia como postar-me diante daquela situação. " Ele voltou" Pensava enquanto criava coragem para continuar escutando o recado. "Afinal, o que ele quer?" Eu realmente não sabia se estava pronta para ouvir o que ele tinha a me dizer. Há dois anos, aquele que eu tanto amei, havia me deixado, deixou-me sem apoio, fragilizou-me, esqueceu-me. Porque eu deveria escuta-lo? E foi ai que percebi que eu queria sim escuta-lo, na verdade eu estava esperando esse momento há dois anos...Pressionei o botão do aparelho. " Como está você? Senti sua falta durante esse tempo, dois anos creio eu. Tantas coisas aconteceram nesse tempo longe de você, que me arrependo amargamente de um dia ter partido. Acredito que esteja com raiva de mim, não a culpo, pelo contrário, te dou toda a razão, as coisas repugnantes que lhe disse, não são dignas de perdão. Mas mesmo assim, precisava lhe procurar, para dizer, que tudo que fiz, foi com todas as intenções possíveis, o meu único objetivo era magoar-lhe, mas eu percebi que fui e sempre serei um tolo, por recusar-me a aceitar que também posso amar. Então, se puder falar comigo, saiba que serei o homem mais feliz do mundo. Um abraço" Quando terminei de escutar, não sabia o que pensar, o que fazer. Levantei-me e comecei a andar pela sala, tentando acreditar em tudo aquilo que havia escutado. Quando finalmente lembrei-me de um livro que li quando pequena, que dizia bem assim " Amar é também, saber perdoar..." Então percebi que sabia exatamente o que fazer, sentei-me no sofá e peguei o telefone, seria uma longa conversa, aquela que mudaria a minha vida.

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